A História!

A história que eu vou contar por meio do blog vai ser postada em pequenas partes (capítulos) na medida em são escritas. Trata-se de um épico, uma espécie de mitologia moderna baseado em questionamentos modernos. A busca pelo poder, a importância da religião, a intolerância cultural...

Para acompanhar a história, siga os links dos capítulos (em ordem decrescente) no "Arquivo do Blog" (à esquerda) ou sigam os capítulos abaixo.

Espero que gostem e, bem-vindos à Hae.

7.12.10

Amät e a Profecia

    Com o tempo, os Uminis começaram a se aventurar mundo afora e puderam aprender sobre a geografia de sua terra, e com isso, começar a entender o propósito primordial, ou seja, sua função no mundo. 
Do extremo Leste, uma das civilizações prósperas dos Uminis se destacava em suas aventuranças, o povo de Amät. Se espalhando pelos quatro cantos de sua terra encontraram um imenso mar que os circundavam, e eles acreditavam aquilo ser os limites de sua terra. Por tempos cresceram nela, cercados pelas águas, até o tempo em que alguns bravos se aventurariam a navegar adiante e além. Enquanto este tempo não chegava, construíram na terra e exploraram os elementos. Eles conheciam pedras preciosas, muito brilhantes, e eles as cultuavam, pois eram de fato de uma majestade nunca antes vista. Com essas pedras decoraram seus palácios, suas árvores, sua vestimenta, e logo ela se tornara objeto de maior devoção entre eles. Essa pedra brilhante era chamada de Éria, que brilhava em dourado, e resplendia com a luz do Sol. É claramente notável que por entremeio as emoções que a nós nos são comuns, era o desejo material que imperava nos Uminis. Foi desde Örlan, o Primeiro, o pai da primeira linhagem, em sua terceira geração, que surgiu o homem que traria a mensagem original aos Uminis de Amät, à casa de Örlan e aos outros que ali viviam. Diz-se que um jovem Umini uma noite escalou junto ao seu irmão a Montanha Dourada, cujo cume havia uma imensa pedra de Éria fincada à rocha bruta, e que brilhava junto com a Lua. Subiram a montanha como costumavam fazer de tempos em tempos, para apreciar a vista que a montanha fornecia das baías próximas, e lá nessa noite se depararam com a imagem mais assustadora já vista em Amät. Ao passo que se aproximam da pedra dourada, surgiu uma luz imensa, uma luz que cegou ambos. Eles foram ao chão. A luz então cessou parcialmente e eles viraram seus olhares para a pedra novamente, e viram dela surgir uma entidade espantosa. Um velho vestido em mantas de cor escura, andando com passos profundos e lentos, como se tivesse saído de dentro da própria pedra. Sua cabeça estava envolta em um capuz que cobria sua face. Ele se apoiava em um cajado cuja ponta possuía um tipo de lampião que brilhava em luz fraca. Os dois jovens permaneciam ali no chão, desorientados. De fato, desorientado aparentava estar o próprio velho, que se movimentava como quem procurasse reconhecer o local onde estava. Então parou e direcionou-se aos dois jovens com um ar de espanto, os jovens que agora se levantavam e se afastavam em medo. Eles observaram-no por um tempo até ouvirem o velho proferir suas primeiras palavras:

— Quem são vocês? — Perguntava com voz profunda e lenta, enquanto ajeitava seu cajado de maneira defensiva diante de seu peito.

    Os dois jovens permaneceram imóveis e não responderam uma única palavra ao velho, que pareceu se recompor e se orientar novamente e continuou:


— Levem-me ao seu Líder — E sumiu da mesma forma que apareceu logo após discorrer suas palavras.

    Os dois correram após o incidente. Eles desceram a costa da montanha dourada e seguiram a trilha no mato até sua casa no centro da vila, onde residia seu pai, Ömar, filho de Örlan. Adentraram a casa, Örlan estava sentado em sua cadeira próximo a porta. Mal entraram, eufóricos, aos gritos anunciaram que havia um estranho na vila, e então começaram a relatar o que haviam visto. Próximo à casa de Örlan havia uma fogueira, e em volta dessa fogueira estavam todas as outras casas. Nesse momento, diz-se que a luz da fogueira brilhou mais do que o normal, cegando os que estavam por perto. A luz invadiu a casa de Örlan, que saiu depressa junto aos dois jovens, e então o resto dos Uminis da vila para verem o que acontecia. Se reuniram em volta daquela luz, e da mesma forma como haviam relatado os dois jovens o acontecido de momentos posteriores, o velho surgiu novamente e dessa vez se direcionou diretamente para Örlan:

— Örlan... Eu trago à ti e à teu povo a mensagem original, a profecia que atuará ainda em tua família e à de todos que ainda aqui residem junto à vós. Sua casa crescerá e em sua décima geração nascerá aquele que abrirá caminho para os Uminis da terra prometida de Amät prosseguirem. Vocês viajarão em uma jornada mundo afora, pois aqui se iniciaram e à vocês há uma tarefa imposta. Sairão desta terra para nunca mais voltarem. Eu aviso neste momento a vocês que se um dia para cá regressarem, então que a missão de vocês em Dae falhou, e eu não mais serei útil, nem à vocês nem à própria Dae. Ouçam-me com atenção, a chama permanecerá acesa enquanto à alimentarem, e nem que aos dias mais negros Dae finalmente chegue, esta chama deverá permanecer extinta. Há mais terra para além dessas águas. É para lá que devem seguir. Tudo o que veneram deverá ser deixado para trás e esquecido, pois à vocês só trarão miséria e desgraça. E vocês saberão que eu ainda os guio até o momento em que o segundo Sol surgir detrás do horizonte. Örlan... Você foi o escolhido. Seu sangue será aquele que trará Dae à virada da maré, ao novo amanhecer.

    Todos estavam confusos, em meio à luz e a um som estranho que ouviam na presença do velho. Então Örlan pronunciou-se:

— E quem é você? Eu exijo que diga-me quem é!

    E a imagem do velho começou a se esvair na luz novamente, mas não totalmente antes de ouvirem de uma voz mística vinda da própria luz:

— Yoseraph...

    Sua imagem e o fogo apagaram-se. E a mensagem foi guardada. Por gerações foi contada essa mensagem e essa história, que foram marcadas em pedra e papel para nunca mais serem esquecidas. Elas passaram, ano após ano, geração após geração.

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