A História!

A história que eu vou contar por meio do blog vai ser postada em pequenas partes (capítulos) na medida em são escritas. Trata-se de um épico, uma espécie de mitologia moderna baseado em questionamentos modernos. A busca pelo poder, a importância da religião, a intolerância cultural...

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Espero que gostem e, bem-vindos à Hae.

7.12.10

Princípio do Fim em Garridän

    O povo de Amät agora chegava à nova terra, à primeira enseada de um imenso e novo mundo logo à frente.
As embarcações rudimentares que eles velejavam chegaram aos montes à enseada, trazendo todos os antigos Uminis, carregados com todos os pertences que podiam levar. Seus barcos chegavam brilhando no horizonte com a luz das érias fincadas à madeira no casco das embarcações. É verdade que por mais que a profecia exigisse o contrário, as érias traziam a tudo que os Uminis de Amät faziam um tom de riqueza e beleza singulares. A chegada à nova terra trouxe uma descoberta que o povo de Amät não contava, eles descobriram que não estavam sós naquele mundo, descobriram que tudo era muito maior do que eles imaginavam. De fato, sua chegada foi primeiramente notada por uma tribo rudimentar, habitantes da região florestal próxima da primeira enseada. Com suas embarcações atracadas em terra firme, o povo de Amät foi recebido por essa tribo. A princípio foram bem recebidos, para a surpresa de todos. Eles se encontraram notoriamente surpresos com o primeiro avistamento de Uminis que não eram de seu próprio sangue, mas foi uma boa surpresa, pois a recepção de ambos foi positiva e mútua. Como que por sina, a atenção da tribo foi em grande parte voltada para o brilho da érias. O brilho das pedras teve uma influência tão grande nas emoções dos membros das tribos, que no momento em que foi avistado, o povo de Amät foi tomado como seres superiores.
    O próprio povo de Amät não era por si só um povo muito avançado ainda nessa época. Apesar de existirem já há cerca de 300 anos, os limites do mundo em que viviam não o foram úteis. Foi no momento em que finalmente conquistaram os mares que seu avanço foi realmente posto à prova, e eles sucederam. Trouxeram sua bagagem cultural em forma de variados artefatos, inclusive as pedras e rascunhos de escrita relatando os maiores eventos de sua história na terra antiga. Assim que chegaram e conheceram uma parte da nova terra, Préscör liderou seu povo para que iniciasse o processo de levantamento da nova cidade, que seria a nova cidade do povo de Amät. O tempo passou, e os Uminis de Amät viviam em harmonia com o povo da tribo, à eles ensinaram tudo o que aprenderam em anos de interação com a natureza e os animais. E muito eles mesmo aprenderam com o povo da tribo, pois muito do que existia por lá eles nunca haviam visto antes em sua existência. Ambos os povos cresceram, juntos. O povo da terra antiga aprendeu que agora era o povo de Garridän. Era assim que a tribo chamava esta terra.
    Tempos passaram-se, a cidade crescia, os Uminis de Garridän se desenvolviam. Novamente havia sido erguida a casa real, a Casa de Örlan, e foi decorada com as érias vindas da antiga Amät. Todo aquele brilho, aquela magnificência uma vez contemplada pela tribo cresceu. E a contemplação tornou-se desejo. Não demorou muito para que os mais novos primogênitos da tribo, aqueles que cresceram em coexistência com o novo povo, começaram a cobiçar cada vez mais as érias, por que viam elas como a maior riqueza do mundo. De repente começou a se perceber que uma animosidade pairava no ar naquela sociedade. Na época, a cidade do povo de Garridän já era regida por Tértÿr, filho de Préscör. Um grupo havia sido formado dentro da antiga tribo, e eles tinham a intenção de tomarem para si a riqueza dos outros, pois para eles a coexistência era algo inaceitável. Foi deles que um plano foi arquitetado sob completo sigilo. Em um momento que Tértÿr partia para os hangares, onde eram construídas e reformadas embarcações, uma parte do grupo partiu cidade adentro para saquear grandes quantidades de éria. Em pouco tempo haviam invadido escondidos e com seus rostos cobertos, e rendido várias pessoas no caminho à procura das érias. Eles então seguiram para a Casa de Örlan, onde estava a maioria das pedras. Um boato sobre o ataque logo correu a cidade e chegou aos ouvidos de Tértÿr. O grupo que invadiu a casa real, porém, não contava com a presença de pessoas guardando a residência, que os surpreenderam. Tértÿr partiu de volta para a casa real. Contando com isso, a outra parte do grupo partiu para os hangares logo após a saída de Tértÿr, sem a presença dele nem de seguranças, eles puderam tomar uma embarcação e zarpar subindo para o Norte, beirando a costa, rumo à uma praia próxima da região, assim marcariam aquele ponto como ponto de refúgio para os saqueadores das pedras. Enquanto isso na casa real, o outro grupo era rendido, tendo todas as pedras apreendidas e seus rostos desmascarados. Os assaltantes da embarcação do hangar não foram delatados, porém. Tértÿr então chegou para poder constatar de quem se tratavam os ladrões. Pela primeira vez na curta história de Garridän pode ser presenciado um ato como aquele. Sabia-se naquela hora que algo havia quebrado a harmonia naquele local e daquele povo, e talvez até que a profecia estivesse se pronunciando, aos poucos, mas letalmente. Tértÿr, quanto à esse ato, foi extremamente impiedoso, ele não deixaria que algo ou alguém arruinassem a paz em que viviam, muito menos a riqueza que ostentavam. Aos ladrões, vítimas da ambição, foi decretado que partissem e nunca mais voltassem para aquela terra, e assim o fizeram. Eles, porém, nunca imaginariam que a partida de Garridän estaria longe de ser o fim.
    No mar agora estavam, perdidos, a outra parte do grupo de assaltantes, protagonistas do assalto ao hangar. Deles não havia pistas depois que zarparam, pois seu plano tinha dado certo e ninguém estava no local para detê-los. Uma falha imprevista, porém, era que nenhum deles sabia velejar, um erro estúpido com que não contavam. Logo após zarparem, sua embarcação perdeu o controle e se desviou da rota, afastando-se da costa e indo mar adentro. Por dias velejaram sem controle, até encontrarem na imensa distância do mar outra embarcação. A princípio acreditavam ser outra embarcação vinda de Garridän, mas essa possuía uma grande bandeira vermelha estendendo-se no seu maior mastro, esses que a velejavam eram outros. No desespero por ajuda, eles abandonaram sua embarcação e embarcaram na outra desconhecida, esse foi o momento que marcou o início de uma nova ameaça, uma nova intriga e uma nova queda.

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